Este blog tem como objetivo documentar a aventura que será frequentar este mestrado

domingo, 19 de junho de 2022

O meu Personal Learning Environment (PLE)

No âmbito da UC, Processos Pedagógicos em Learning, foi solicitado que após uma reflexão e elaboração de uma bibliografia anotada sobre os PLE (Personal Learning Environments) construíssemos o nosso próprio PLE.


A tarefa não se adivinhou fácil porquanto refletir sobre o modo como criamos a nossa rede de apoio para construção do nosso conhecimento, obriga a uma reflexão profunda e a um processo de auto-conhecimento.  "construir o próprio PLE implica buscar, selecionar, decidir, avaliar, construir e reconstruir a própria rede de recursos, fluxo de informação, pessoas com ideias interessantes, etc. Implica conectar-se e comunicar-se com pessoas que possuem os mesmo interesses(...) (Silva, S. 2012, p.123)


Dessa reflexão, análise e introspectiva, resultou o PLE que se apresenta.

Este PLE representa o modo como, no meu quotidiano, me relaciono com o mundo virtual e analógico através das ferramentas e das interações que estabeleço. Assim, representa "(...) a collection of tools, brought together under the conceptual Notion of openness, interoperability, and learner control. As such, they are comprised of two elements-the tools and the conceptual notions that drive how and why we select individual parts.PLE are a concept-entity" (George Siemens citado em Mota, 2009, p.8)

Para além das relações pessoais e diretas que estabeleço com família, amigos, colegas de trabalho (e nestes incluo quer os do meu local de trabalho quer os do Mpel), bem como os professores e outros recursos da comunidade local, considerei também as ferramentas e motores de busca com os quais pesquiso, organizo informação, crio conteúdos e publico esses conteúdos. Seja em momentos síncronos ou assíncronos, as ferramentas web 2.0 estão muito presentes e fazem parte da minha rotina diária.

O meu PLE reflete o modo como eu crio o meu próprio espaço de aprendizagem, estando por isso em constante construção, à medida que a minha rede de conhecimentos se vai expandindo.

Para a criação do meu PLE criei três categorias porque considero que se complementam:

  • Pesquisar;
  • Criar e colaborar;
  • Organizar, Comunicar e Publicar.

As ferramentas que uso para criar, permitem em simultâneo  a colaboração na criação conjunta de conteúdos, sendo que para comunicar e publicar primeiro necessito de organizar a informação. Considerando que muitas das ferramentas são comuns, optei por não criar categorias onde as mesmas se fossem apenas repetir. Esta foi a minha opção, mas sendo um espaço individual e próprio, cada um pode optar por considerar as categorias que considera pertinentes para o seu espaço de aprendizagem. Sendo uma estratégia de aprendizagem pessoal, para além de estar sempre em evolução, também não existem dois iguais, nem certos e errados. Como refere Attwel (2007, p.2) "the idea of the PLE purports to include and bring together all learning, including informal learning, workplace learning, learning from the home, learning driven by problem solving and learning motivated by personal interest as well as learning through engagement in formal educational programmes."


Attwell, G. (2007). The Personal Learning Environments – the future of eLearning? In eLearning Papers, vol. 2, nº 1, 1-8,  acedido a 15 de junho de 2022

Mota, José (2009). Personal Learning Environments: Contributos para uma discussão do conceito. In Educação, Formação & Tecnologias, vol.2 (2); pp. 5-21, Novembro de 2009.http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/105/66.

Silva. S. (2012). Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) como recurso de aprendizagem para o professor. Revista GEINTEC, Vol 2/nº2/p.120-128 http://revistageintec.net/article/personal-learning-environment-ple-as-a-learning-resource-for-teacher/ acedido a 10 de junho de 2022

domingo, 12 de junho de 2022

Temática II - Os Personal Learning Environments

 

No âmbito da UC Processos Pedagógicos em elearning, foi solictada a elaboração de uma bibliografia anotada sobre a temática dos Ambientes Pessoais de Aprendizagem ou Personal Learning Environments (PLE)



Artigo 1

Rodrigues, P., & Lobato Miranda, G. (2013). Ambientes pessoais de aprendizagem: conceções e práticas / Personal learning environments: conceptions and practices. Revista Latinoamericana De Tecnología Educativa - RELATEC12(1), 23-34. Recuperado a partir de https://relatec.unex.es/article/view/997 acedido a 6 de junho de 2022

 

Pedro Rodrigues e Guilhermina Miranda, neste artigo de investigação refletem sobre a definição dos Personal Learning Environmetes (PLE) ou Ambientes Pessoais de Aprendizagem, tendo como objetivo refletir e elucidar as diferentes conceções sobre o mesmo e as práticas educativas em que se enquadram. 

Os autores começam por fazer uma resenha histórica da origem dos PLE até chegarem a uma definição do que se pode entender por PLE. Remetem para a ideia de um espaço individual, onde é possível, ao próprio, refletir sobre o modo como adquire, partilha e constrói a sua rede de contactos/apoios que lhe permitem procurar informação, resolver problemas e construir o seu próprio conhecimento formal, não formal e informal, mediado por ferramentas web 2.0 e não só. Os PLE, segundo os autores, apelam a uma aprendizagem regulada pelo próprio, de acordo com o seu ritmo e de acordo com os seus interesses, apelando ao uso da tecnologia e da memória visual.

No que diz respeito à utilização dos PLE em contexto educativo, e de acordo com o estudo que o artigo relata, as conclusões apuradas são de que o os docentes manifestam pouco conhecimento dos PLE, e que os que os conhecem, não os pretendem implementar “ os educadores inquiridos, revelaram uma baixa probabilidade de aplicarem os PLE nas salas de aula no futuro, embora muitos deles admitam que o mesmo possa ser útil no processo de aprendizagem” ( Rodrigues & Miranda, p.33). Este indicador mostra que a utilização dos PLE em contexto educativo ainda está longe de ser uma realidade e que o sistema educativo ainda não aposta neste tipo de estratégia.

Os autores consideram que o estudo efetuado lhes permite afirmar que é possível inovar as práticas pedagógicas atuais se forem implementadas estratégias, como as do PLE  que conduzam a instrumentos de apoio ao ensino tradicional e não de substituição do mesmo. 

No entanto, o facto de este instrumento/estratégia implicar uma maior autonomia do aprendente, porque o leva a responsabilizar-se pela sua aprendizagem, o que por outro lado lhe permite ser, também ele, produtor de conhecimento, faz com que os sistemas de educação mais tradicionais se fechem e não introduzam o mesmo. Só com uma reflexão /participação de todos os intervenientes no processo educativo será possível alargar a utilização dos PLE.

 

Comentário

De acordo com a reflexão que fiz sobre os PLE, os mesmos revestem-se de uma grande potencialidade, podendo inserir-se em diversas metodologias inovadoras que permitam ao sistema de ensino “abandonar” a tradicionalidade e apostar numa maior autonomia do aluno, fomentando as aprendizagens significativas. A divulgação dos mesmos junto de todos os intervenientes no processo educativo poderá mais facilmente potenciar a sua utilização. Sair da zona de conforto, abraçando novas metodologias e instrumentos é uma prioridade para que se assista ao sucesso pleno dos nossos alunos. 

 

Artigo 2

 

Silva. S. (2012). Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) como recurso de aprendizagem para o professor. Revista GEINTEC, Vol 2/nº2/p.120-128 http://revistageintec.net/article/personal-learning-environment-ple-as-a-learning-resource-for-teacher/ acedido a 10 de junho de 2022

 

Siony da Silva começa por discorrer sobre a evolução a que a nossa sociedade está a assistir e ao modo como a evolução tecnológica, incluindo a internet, permite que ocorra aprendizagem em qualquer local e em qualquer momento de acordo com a vontade dos aprendentes. 

A autora reflete ainda sobre a noção de Ambientes Pessoais de Aprendizagem (PLE) enquanto espaços em que cada um define o seu estilo e modo de aprendizagem. “ As pessoas passam a aprender a aprender e a ter uma mudança de atitude no sentido de compartilhar e não somente de receber o conhecimento ( Silva, p. 122).

Considerando a importância dos PLE, a autora discorre sobre a importância dos professores criarem os seus próprios PLE com o intuito de potenciarem o trabalho colaborativo, ao partilharem reflexões, conhecimentos e experiências que enriquecerão todos os intervenientes. Neste sentido, quando o professor elabora o seu próprio PLE está a tornar-se um profissional mais autónomo, reflexivo e com uma maior capacidade de análise e de ajuste das suas estratégias de intervenção.

“O emprego dos PLE pelos professores proporciona atualização contínua na área da formação, potencializa o acompanhamento de novas tecnologias e abordagens metodológicas e estimula a participação em ambientes de colaboração e reflexão.“ (Silva, p.126)

A autora refere ainda, a importância das competências digitais para a elaboração dos PLE e para a necessidade, das instituições escolares repensarem a formação dos seus profissionais, no sentido de aprenderem a aprender e aprenderem a usar as TIC como instrumentos de auxílio preciosos, que potenciam as aprendizagens.

 

Comentário:

Este artigo é muito relevante porque foca a necessidade de os professores apostarem na sua formação e na reflexão sobre a sua capacidade de aprenderem ao longo da vida, usando mecanismos, como os PLE, que lhes permitam evoluir, inovar e partilhar, remete para a aprendizagem ao longo da vida e o desenvolvimento profissional de mãos dadas.