No âmbito da UC Processos Pedagógicos em elearning, foi solictada a elaboração de uma bibliografia anotada sobre a temática dos Ambientes Pessoais de Aprendizagem ou Personal Learning Environments (PLE)
Artigo 1
Rodrigues, P., & Lobato Miranda, G. (2013). Ambientes pessoais de aprendizagem: conceções e práticas / Personal learning environments: conceptions and practices. Revista Latinoamericana De Tecnología Educativa - RELATEC, 12(1), 23-34. Recuperado a partir de https://relatec.unex.es/article/view/997 acedido a 6 de junho de 2022
Pedro Rodrigues e Guilhermina Miranda, neste artigo de investigação refletem sobre a definição dos Personal Learning Environmetes (PLE) ou Ambientes Pessoais de Aprendizagem, tendo como objetivo refletir e elucidar as diferentes conceções sobre o mesmo e as práticas educativas em que se enquadram.
Os autores começam por fazer uma resenha histórica da origem dos PLE até chegarem a uma definição do que se pode entender por PLE. Remetem para a ideia de um espaço individual, onde é possível, ao próprio, refletir sobre o modo como adquire, partilha e constrói a sua rede de contactos/apoios que lhe permitem procurar informação, resolver problemas e construir o seu próprio conhecimento formal, não formal e informal, mediado por ferramentas web 2.0 e não só. Os PLE, segundo os autores, apelam a uma aprendizagem regulada pelo próprio, de acordo com o seu ritmo e de acordo com os seus interesses, apelando ao uso da tecnologia e da memória visual.
No que diz respeito à utilização dos PLE em contexto educativo, e de acordo com o estudo que o artigo relata, as conclusões apuradas são de que o os docentes manifestam pouco conhecimento dos PLE, e que os que os conhecem, não os pretendem implementar “ os educadores inquiridos, revelaram uma baixa probabilidade de aplicarem os PLE nas salas de aula no futuro, embora muitos deles admitam que o mesmo possa ser útil no processo de aprendizagem” ( Rodrigues & Miranda, p.33). Este indicador mostra que a utilização dos PLE em contexto educativo ainda está longe de ser uma realidade e que o sistema educativo ainda não aposta neste tipo de estratégia.
Os autores consideram que o estudo efetuado lhes permite afirmar que é possível inovar as práticas pedagógicas atuais se forem implementadas estratégias, como as do PLE que conduzam a instrumentos de apoio ao ensino tradicional e não de substituição do mesmo.
No entanto, o facto de este instrumento/estratégia implicar uma maior autonomia do aprendente, porque o leva a responsabilizar-se pela sua aprendizagem, o que por outro lado lhe permite ser, também ele, produtor de conhecimento, faz com que os sistemas de educação mais tradicionais se fechem e não introduzam o mesmo. Só com uma reflexão /participação de todos os intervenientes no processo educativo será possível alargar a utilização dos PLE.
Comentário
De acordo com a reflexão que fiz sobre os PLE, os mesmos revestem-se de uma grande potencialidade, podendo inserir-se em diversas metodologias inovadoras que permitam ao sistema de ensino “abandonar” a tradicionalidade e apostar numa maior autonomia do aluno, fomentando as aprendizagens significativas. A divulgação dos mesmos junto de todos os intervenientes no processo educativo poderá mais facilmente potenciar a sua utilização. Sair da zona de conforto, abraçando novas metodologias e instrumentos é uma prioridade para que se assista ao sucesso pleno dos nossos alunos.
Artigo 2
Silva. S. (2012). Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) como recurso de aprendizagem para o professor. Revista GEINTEC, Vol 2/nº2/p.120-128 http://revistageintec.net/article/personal-learning-environment-ple-as-a-learning-resource-for-teacher/ acedido a 10 de junho de 2022
Siony da Silva começa por discorrer sobre a evolução a que a nossa sociedade está a assistir e ao modo como a evolução tecnológica, incluindo a internet, permite que ocorra aprendizagem em qualquer local e em qualquer momento de acordo com a vontade dos aprendentes.
A autora reflete ainda sobre a noção de Ambientes Pessoais de Aprendizagem (PLE) enquanto espaços em que cada um define o seu estilo e modo de aprendizagem. “ As pessoas passam a aprender a aprender e a ter uma mudança de atitude no sentido de compartilhar e não somente de receber o conhecimento ( Silva, p. 122).
Considerando a importância dos PLE, a autora discorre sobre a importância dos professores criarem os seus próprios PLE com o intuito de potenciarem o trabalho colaborativo, ao partilharem reflexões, conhecimentos e experiências que enriquecerão todos os intervenientes. Neste sentido, quando o professor elabora o seu próprio PLE está a tornar-se um profissional mais autónomo, reflexivo e com uma maior capacidade de análise e de ajuste das suas estratégias de intervenção.
“O emprego dos PLE pelos professores proporciona atualização contínua na área da formação, potencializa o acompanhamento de novas tecnologias e abordagens metodológicas e estimula a participação em ambientes de colaboração e reflexão.“ (Silva, p.126)
A autora refere ainda, a importância das competências digitais para a elaboração dos PLE e para a necessidade, das instituições escolares repensarem a formação dos seus profissionais, no sentido de aprenderem a aprender e aprenderem a usar as TIC como instrumentos de auxílio preciosos, que potenciam as aprendizagens.
Comentário:
Este artigo é muito relevante porque foca a necessidade de os professores apostarem na sua formação e na reflexão sobre a sua capacidade de aprenderem ao longo da vida, usando mecanismos, como os PLE, que lhes permitam evoluir, inovar e partilhar, remete para a aprendizagem ao longo da vida e o desenvolvimento profissional de mãos dadas.

Boa escolha! Os artigos selecionados aproximam-se, pela abordagem que fazem ao conceito de PLE e seu papel nesta nova sociedade do conhecimento, de outros identificados no âmbito do MPeL, sendo que me apetece enfatizar o que deles se diz, no caso do primeiro dos artigos, sobre a sua natureza pessoal enquanto espaço de reflexão sobre o modo como se adquire, constrói e partilha o conhecimento, e, no caso do segundo, sobre a possibilidade que oferecem para a definição do estilo e modo de aprendizagem pessoal, porquanto são espaços onde se aprende a aprender e se desenvolve uma mudança de atitude no sentido de compartilhar e não apenas de recolher o saber.
ResponderEliminarApreciei os artigos que selecionaste. De facto, as competências digitais dos professores são um elemento-chave que interferem com os PLE, sendo que as escolas/instituições de ensino devem potenciar a capacitação do seu quadro docente para que a evolução tecnológica visível em todos os momentos da nossa vida, esteja cada vez mais presente na escola com fins pedagógicos.
ResponderEliminarOlá Sofia! Boas escolhas! Destaco a perspectiva histórica sobre o PLE que é interessante e o facto do PLE ser um espaço em que cada um define o seu estilo e deixa a sua pegada digital e ,diria eu, está também numa montra para o mundo, onde constrói conhecimento. De salientar também, a necessidade das instituições terem abertura para "aprender a aprender", sendo esta abertura fundamental para criar valor neste dominio tão essencial.
ResponderEliminarOlá Sofia! Gostei das escolhas que fizeste, dado que consideram que são relevantes para percebermos o conceito de PLE e a importância da vontade aprender de todos os intervenientes, não só os estudantes como os professores.
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